segunda-feira, 11 de abril de 2011




Gigantes me atormentam, pois me fazem lembrar que nasci humana-sem-talento. O desassossego da alma calejada não basta, tem que nascer com Deus no ventre. Logo eu que nasci filha fêmea... tenho o ventre oco. O desgosto causado pela falta de voz, beleza, palavra, desenvoltura, criatividade, raciocínio, porém, não me impede de apreciar um momento perfeito, a concretude [João fitou Maria, João tinha olhos. Eu tenho olhos, ouvidos, sentidos, eu que não reproduzo e que não tenho filhos... sinto!]. Um dia, quem sabe, meu ventre inchará e talvez terei a única criação que os pobres trabalhadores podem ter. Não sei se posso me orgulhar, mas sei que algo já saiu de mim. Alguns vermes pularam para fora do meu corpo, morreram sem um final feliz. PS: Não sei o que significa ter perdidos alguns vermes. Não sei o que significa ter vermes dentro de si. Não sei se é bom ter o ventre inchado ou vazio. Não sei quem é Deus. A única coisa que eu sei é que eu tenho olhos, ou seja:

Eu, te fito ;).

terça-feira, 5 de abril de 2011



Queria ter um inglês bom para poder cantar The Real Sky no seu ouvido. Jan e Jule falaram de Jeff Cole no filme. A cena é bonitinha, a música perfeita! Te amo, sabia? Reli a Paixão segundo G. H., segura a minha mão quando eu encontrar o inferno? Estou deturpando o livro, mas quem se importa? Gosto do barulho que o vento faz quando sacode as folhas das árvores. Gosto do movimento, da fotografia, das cores. Tenho saudades de assistir filmes com você. Nesses dias assisti Sindicato de Ladrões (On the Waterfront), Estranho no Ninho, Edukators e Esposa de mentirinha. O último foi bem retardado, mas eu gargalhei e às vezes o que importa é gargalhar. Meus dias tem sido bastante simples. A saudade lateja em todos os sentidos. Queria falar, falar, falar, mas às vezes o silêncio é divino, o abraçar é divino, o olhar é divino. Cansada de crocodilos, baratas, insetos, vivo. Eu vivo o real, mas fantasiar a nossa vida juntos, muitas vezes, me faz mais feliz. Seja o que for a felicidade... eu não acho que ela combina com o bocejar e durante a semana tenho bocejado bastante. Ah, lembrar, lembrar... lembrar da minha semana, dos dias, dos anos faz estrago, é algo amargo, bem que as nossas lembranças me fazem sorrir. O problema é que lembrar me faz pensar nos anos que passaram, ou seja, na velhice. Vou voltar a pensar no doce, vou escutar a música, vou voltar a sonhar, Te amo!!