domingo, 4 de setembro de 2011

Um dia senti saudades de escrever, mas não escrevi. Fiquei diante da tv, mesmo não gostando de tvs. No final do dia, bati palmas, gargalhei, me emocionei com algo que eu dizia que era babaca.Um dia xinguei um amigo, mas foi sem querer.

* Estou cansada de ler O som e a fúria. Estou cansada de olhar para o relógio que o meu pai não me deu. Estou cansada de desentendimentos e de tanto lamento. Mas a vida não é uma mazela, eu tenho uma rede social que espalha as minhas alegrias e esconde a minha dor. Claro que eu omito que a mão que coloca as fotos na rede é minha. Claro que eu finjo que não estou conseguindo terminar de ler faulkner por culpa do próprio defunto. Ah, eu sempre vivo para me prejudicar.

Um dia senti saudades da praia, mas não olhei o mar. Fiquei diante da vitrine, mesmo odiando o som de shoppings. No final do dia, estourei o limite do meu cartão que nem senti. Um dia gritei, fui malvada com a minha mãe, mas foi por acaso.

* Estou cheia de amor. Estou alegre em assistir ao filme Oldboy, genial. Estou sem palavras diante da vingança. Um dia, penso, me vingarei da vida. Serei a mais feliz, mesmo sabendo que não existe felicidade. Um dia talvez inventarei a tal da felicidade e encontrarei-a até na dor. Um dia não precisarei de redes sociais para me perseguir . Um dia viverei, enfim. Um dia não mais digitarei. Ah, como eu serei tão eu, enfim.

sábado, 2 de julho de 2011

Resposta







O meu são joão teve luiz gonzaga, milho, karaoke, cachaça, vinho húngaro, canjica, mingau de puba, bolo de puba, linguiça, bolo de macaxeira,
bolo de milho, chuvinhas, traque de salão, traque de bébé, quadrinha, pé de moleque e pamonha. Quase todas as casas do bairro tinha uma fogueira na porta, algumas ruas ficaram cheias de bandeirinhas. Esse ano não apareci no forró-caju, preferi as festas caseiras. Eu e ele usamos chapéu. Os chápeus que minha mãe trouxe da Espanha fizeram sucesso. A tarde tomamos sorvete na cidade vazia. O período junino foi perfeito. É claro que assistimos filmes, bebericamos, conversamos. Visitamos avós. Ralamos o coco para fazer a canjica. Ralamos o milho. Minha avó faz um canjica muito boa, saibam. Eu ainda não aprendi, mas já sei fazer doce de leite e cocada.

Filmes: O escafandro e a borboleta de Julian Schnabel, tentamos assistir Meia noite em Paris, mas não conseguimos chegar no cinema, neve let me go baseado no romance de Kazuo Ishguro e Desconstruindo Harry de Woody Allen.

sábado, 25 de junho de 2011


ontem nós assistimos a metade de desconstruindo harry e no meio fizemos uma desconstrução. quando eu era do movimento estudantil construir era o verbo chave, acontece que deixei cair todas as chaves no ralo do banheiro, junto com vários punhados de cabelo... é eu me perdi. hoje penso que o doce da casa alemã me preenche mais que uma frase de intelectual. às vezes, um dia no sofá, me alegra mais que sair correndo atrás da vida.

ontem nós estávamos com preguiça. a preguiça também é uma forma de beleza. uma puta também pode ser bela. we are all bitches. preferir uma prostituta para ter que não falar de proust é uma idéia bem woodyalliana. às vezes eu acho que meu namorado só tem a memória involuntária, por isso sempre que posso falo em proust. ah, ah, o que importa falar? um dia seremos todos buchudinhos. a vida corre, eu corro, todo mundo corre, o tempo foge.

por falar em fuga, eu vou fugir do meu blog por alguns dias como sempre.

ah, bom são joão!

terça-feira, 14 de junho de 2011



não concordo com bartolomeu campos de queirós quando ele diz que açúcar não é a palavra mais doce que existe. no vermelho amargo, temos que fechar os olhos para não ver o perfeito, até no dolorido. a madrasta com seus tomates vermelhos, a mãe-partida, o verbo amar, tudo, tudo é real. a liberdade que foi me dada, eu cortei, reinventei outro cordão umbilical para adultos, segurei a sua mão. de mãos dada, penso no infinito, esqueço do abismo chamado quotidiano. quando vou a recife compro brigadeiros belgas, tomo milk shake, risoto com shittake, vejo filmes, beijo na boca, nos olhos, na bochecha e te amo. fotos eu tiro pela beleza do momento. o mini cupcake fica lindo nas fotos, tão colorido. o colorido me chama atenção. penso no japão, nos holofotes e fumo. o terremoto me deixou triste, mas você apertou a minha mão, fazendo-me lembrar do cordão. o cordão me afasta da desgraça e me traz graça. ontem, eu disse o que eu queria de presente, deitada na cama. ontem, eu chorei. fazer direito e chorar é legal. penso: ilegal é fazer direito e sorrir. os bacharéis, advogados e juízes não me perdoarão, nem menciono os promotores. que bom que você é um ENGENHEIRO. você é livre dos crimes. penso na minha mãe, ela também segura a minha mão. quando ela entra no meu quarto é porque está ansiosa por conversa. a gente conversa horas, até eu ligar o ventilador para dormir. no sonho, vejo a cara de donna brigadeiro sorrindo, acordo. nas férias íamos uma vez na semana no rei do mate. eles vendem uns copos coloridos, além dos shakes. o nosso relacionamento vai além de andar na praia, tomar banho na fonte da orla que nem os meninos pobres e lindos, escutar get sick soon. o nosso relacionamento é mais que uma relação... é uma ligação poderosa. se o cd dele tem o toque dela, não sei, mas o meu texto é você puro, simples e sem molduras. comprei dois cabides para lenços, darei a minha mãe. minha mãe adora lenços. pausa. tenho que alertar: menina-que-borda, não borde em cruz para não se casar com um marido cruz de se carregar (penso na dica de bartolomeu). se a saudade existe é porque a ausência ficou Maiúscula e o resto tudo minúsculo. seguro a sua mão, a sua perna, o seu braço e te imploro para que me siga. clarice lispector me arruinou, não a perdoarei nunca. falo de escritores na falta de amigos. acho que eu nunca te disse que já joguei war sozinha. eu conquistei o mundo nos dados e com tanto poder: duvidei de deus. mal sabia eu...

Interrupção.

olho para as provas da CESPE e tenho certeza que o sistema penal existe. seguro o teu corpo e nado com ele até o pacífico. lembro das empanadas de rajas con crema, vieiras. hoje em dia, faço natação. Eu nado, tu nadas? A professora mandou eu nadar com o Pullbuoy, peguei a prancha e fiz pernadas, todos riram de mim, definitivamente, eu não sabia o que era um Pullbuoy. rir dos outros faz parte, rir de mim é crueldade. segura a minha cabeça, deixando-a cair, levemente, no travesseiro. embala meu corpo grande de medos infantis. diga açúcar no meu ouvido que eu te garanto que caio no sono. :*

*um pedaço de açúcar e de chagall.

segunda-feira, 11 de abril de 2011




Gigantes me atormentam, pois me fazem lembrar que nasci humana-sem-talento. O desassossego da alma calejada não basta, tem que nascer com Deus no ventre. Logo eu que nasci filha fêmea... tenho o ventre oco. O desgosto causado pela falta de voz, beleza, palavra, desenvoltura, criatividade, raciocínio, porém, não me impede de apreciar um momento perfeito, a concretude [João fitou Maria, João tinha olhos. Eu tenho olhos, ouvidos, sentidos, eu que não reproduzo e que não tenho filhos... sinto!]. Um dia, quem sabe, meu ventre inchará e talvez terei a única criação que os pobres trabalhadores podem ter. Não sei se posso me orgulhar, mas sei que algo já saiu de mim. Alguns vermes pularam para fora do meu corpo, morreram sem um final feliz. PS: Não sei o que significa ter perdidos alguns vermes. Não sei o que significa ter vermes dentro de si. Não sei se é bom ter o ventre inchado ou vazio. Não sei quem é Deus. A única coisa que eu sei é que eu tenho olhos, ou seja:

Eu, te fito ;).

terça-feira, 5 de abril de 2011



Queria ter um inglês bom para poder cantar The Real Sky no seu ouvido. Jan e Jule falaram de Jeff Cole no filme. A cena é bonitinha, a música perfeita! Te amo, sabia? Reli a Paixão segundo G. H., segura a minha mão quando eu encontrar o inferno? Estou deturpando o livro, mas quem se importa? Gosto do barulho que o vento faz quando sacode as folhas das árvores. Gosto do movimento, da fotografia, das cores. Tenho saudades de assistir filmes com você. Nesses dias assisti Sindicato de Ladrões (On the Waterfront), Estranho no Ninho, Edukators e Esposa de mentirinha. O último foi bem retardado, mas eu gargalhei e às vezes o que importa é gargalhar. Meus dias tem sido bastante simples. A saudade lateja em todos os sentidos. Queria falar, falar, falar, mas às vezes o silêncio é divino, o abraçar é divino, o olhar é divino. Cansada de crocodilos, baratas, insetos, vivo. Eu vivo o real, mas fantasiar a nossa vida juntos, muitas vezes, me faz mais feliz. Seja o que for a felicidade... eu não acho que ela combina com o bocejar e durante a semana tenho bocejado bastante. Ah, lembrar, lembrar... lembrar da minha semana, dos dias, dos anos faz estrago, é algo amargo, bem que as nossas lembranças me fazem sorrir. O problema é que lembrar me faz pensar nos anos que passaram, ou seja, na velhice. Vou voltar a pensar no doce, vou escutar a música, vou voltar a sonhar, Te amo!!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Algo me incomoda: a falta de olhar.